Estamos nos mudando para São Paulo. Amanhã começam a tirar tudo de casa e do escritório. Estou muito feliz mas também bem cansada dormindo pouco, fazendo e refazendo check lists que só aumentam...
Peço desculpas por não ter postado nada nestas semanas... sorry mas simplesmente não tenho dado conta de tudo (que bom né? poder admitir que a gente não dá conta de tudo...)
Dia 05 de novembro a Behavior começa a operar em SP e volto com tudo com o blog.
até mais!
quarta-feira, 24 de outubro de 2007
Rumo a São Paulo
quinta-feira, 4 de outubro de 2007
Repensando o papel do Executivo
Que o mundo está atravessando uma grave crise de valores, que o Planeta Terra tem sofrido insistentemente com a indiferença humana e que as empresas estão se direcionando para um posicionamento mercadológico politicamente correto não é mais novidade, pelo menos para uma população bem informada. O que talvez seja novo são a profundidade e amplitude do movimento de RE-CONEXÃO com o todo que o ser humano está vivenciando.
Após décadas de hedonismo e a exaltação da individualidade, movimentos oportunos para a quebra dos aspectos mais engessados do social, a solidão da alma tem gerado ser humanos duros, frios, desconfiados e tristes. Não é a toa que a busca pelo autoconhecimento e o caminho espiritual, independente da forma, têm se elevado exponencialmente na última década, quebrando preconceitos e acalentando corações.
O mundo corporativo, que deve sempre se lembrar é formado por ser humanos, por tanto, é resultado do que nós somos, tem sido um ambiente promotor da individualidade, da dureza e frieza, do racional soberano distanciando cada vez mais as pessoas que nele fazem parte do emocional, do caminho da lucidez que somente o saber do Sentir pode oferecer.
O resultado cada um de nós conhece. O quanto somos plenos e felizes? O quanto estamos em paz? O quanto a gente se orgulha de nós mesmos? Não me refiro ao orgulho gerado pelo reconhecimento do outro. O orgulho ao que me refiro é aquele que a gente sente sozinho perante o espelho. Aquele orgulho que nos nutre que nos faz parar para respirar fundo. Aquele que provem dos valores humanos mais elevados como honra, respeito, verdade e coragem.
É dicotômico como o ser humano que começou ioga, terapia e tem buscado maior contato com a natureza, coloca a gravata, e age distante de si. O despertar da consciência está maior do que as empresas conseguem avaliar. No Sentir, cada executivo sabe que está havendo uma mudança maior do que as pesquisas mostram. Saiba: as mudanças de posicionamento de marca a favor de um mundo melhor terão que se sustentar na sua verdade de propósito. O mercado reconhecerá o que é falso e o que é real. As marcas serão reconhecidas na coerência de seu posicionamento ou na falta dela.
O executivo de valor será aquele que consiga migrar da busca do lucro para a busca pela riqueza, que envolve mais do que o lucro financeiro. Riqueza significa abundância e fartura. As empresas deverão promover a riqueza em todos os aspectos que o mundo corporativo seja capaz de agir e intervir. O executivo tem um papel vital nessa transformação. Para isso o novo executivo precisará utilizar todo o seu background, inteligência, força, obstinação e sabedoria para conduzir e liderar essa transformação. É o desafio do novo milênio. Você já o enxergou?
Saiba que para promover essa transformação, ela deverá ser verdade dentro de cada um de nós. Aceite o desafio e, com humildade, se destaque criando uma gestão diferenciada, lucrativa mas rica. Prepare estratégias calcadas em valores mais elevados, desafie sua equipe para sair do comum e normal, da criatividade que surpreende mas não preenche nem acalenta, e muito menos sustenta o elo com a marca. Promova a criatividade do bem. Traga para sua vida um novo alento: seja um Executivo do Bem. Aumente seu orgulho por você mesmo. Faça sua parte por um mundo melhor. O mundo agradecerá e nós, da Behavior, também.
Após décadas de hedonismo e a exaltação da individualidade, movimentos oportunos para a quebra dos aspectos mais engessados do social, a solidão da alma tem gerado ser humanos duros, frios, desconfiados e tristes. Não é a toa que a busca pelo autoconhecimento e o caminho espiritual, independente da forma, têm se elevado exponencialmente na última década, quebrando preconceitos e acalentando corações.
O mundo corporativo, que deve sempre se lembrar é formado por ser humanos, por tanto, é resultado do que nós somos, tem sido um ambiente promotor da individualidade, da dureza e frieza, do racional soberano distanciando cada vez mais as pessoas que nele fazem parte do emocional, do caminho da lucidez que somente o saber do Sentir pode oferecer.
O resultado cada um de nós conhece. O quanto somos plenos e felizes? O quanto estamos em paz? O quanto a gente se orgulha de nós mesmos? Não me refiro ao orgulho gerado pelo reconhecimento do outro. O orgulho ao que me refiro é aquele que a gente sente sozinho perante o espelho. Aquele orgulho que nos nutre que nos faz parar para respirar fundo. Aquele que provem dos valores humanos mais elevados como honra, respeito, verdade e coragem.
É dicotômico como o ser humano que começou ioga, terapia e tem buscado maior contato com a natureza, coloca a gravata, e age distante de si. O despertar da consciência está maior do que as empresas conseguem avaliar. No Sentir, cada executivo sabe que está havendo uma mudança maior do que as pesquisas mostram. Saiba: as mudanças de posicionamento de marca a favor de um mundo melhor terão que se sustentar na sua verdade de propósito. O mercado reconhecerá o que é falso e o que é real. As marcas serão reconhecidas na coerência de seu posicionamento ou na falta dela.
O executivo de valor será aquele que consiga migrar da busca do lucro para a busca pela riqueza, que envolve mais do que o lucro financeiro. Riqueza significa abundância e fartura. As empresas deverão promover a riqueza em todos os aspectos que o mundo corporativo seja capaz de agir e intervir. O executivo tem um papel vital nessa transformação. Para isso o novo executivo precisará utilizar todo o seu background, inteligência, força, obstinação e sabedoria para conduzir e liderar essa transformação. É o desafio do novo milênio. Você já o enxergou?
Saiba que para promover essa transformação, ela deverá ser verdade dentro de cada um de nós. Aceite o desafio e, com humildade, se destaque criando uma gestão diferenciada, lucrativa mas rica. Prepare estratégias calcadas em valores mais elevados, desafie sua equipe para sair do comum e normal, da criatividade que surpreende mas não preenche nem acalenta, e muito menos sustenta o elo com a marca. Promova a criatividade do bem. Traga para sua vida um novo alento: seja um Executivo do Bem. Aumente seu orgulho por você mesmo. Faça sua parte por um mundo melhor. O mundo agradecerá e nós, da Behavior, também.
quarta-feira, 12 de setembro de 2007
A legalidade está dentro de nós.
Vou aproveitar o início da primavera que representa um novo ciclo no planeta Terra para falar sobre a Legalidade. Olhando nosso querido Aurélio, lembro que 'Legalidade' significa "em conformidade com a lei, legitimidade".
As leis foram criadas - ou pelo menos deveriam ser criadas - em um país democrático como o nosso, para estabelecer uma ordem que, como causa primaria, têm a finalidade de beneficiar a maioria. O fato de elas não serem cumpridas isonomicamente ou não nos parecer justas, não anula o seu poder soberano. Como cidadãos de um país democratático, cabe a nós acatar as leis existentes e, se for o caso, lutar para que elas sejam mudadas.
Antes de entrar de férias lí na Veja uma pequisa que mostra que as pessoas de baixa renda ou de nível de instrução menor tendem a ser menos legais - no sentido da legalidade - e aceitar mais o incorreto em benefício próprio do que as pessoas de maior renda e nível educacional. A pesquisa não me suprendeu já que infelizmente havia constatado esse fato nos estudos da Behavior com as classes C e D, mas ajudou a confirmou que o discurso populista contra as classes abastadas muitas vezes não passa de manobra para aproveitar a energia da raiva, inveja, insatisfação e rivalidade entre os diferentes, para obter a 'distração' do que é importante: o que as autoridades, de fato, fazem.
Outro ponto que considero importante trazer para elucidar meu raciocínio, é que quando estudamos o comportamento social, muitas vezes colocamos como similares as pontas da pirâmide mais afastadas: a classe mais elitizada e os mais pobres da pirâmide. Em diversos aspectos eles possuem atitudes e moralidade parecidas já que ambos segmentos se sentem acima ou fora da lei. Os motivos são completamente diferentes: os mais abastados sentem que as leis não os atingem; e os mais pobres agem fora da lei porque sentem que não tem nada a perder.
Portanto, e agora explico o porque dessa explanação, no meu entender, é a classe média em toda sua abrangência que deverá trazer - e eu torço por isso - a grande mudança de valores da sociedade em que vivemos. Nós gostamos de estar dentro da lei, nós sofremos a conseqüência da lei e a maioria de nós queremos a lei sendo exercida e respeitada. Nós nos sentimos seguros com essa realidade. Com nosso nível educacional, podemos compreender melhor a situação econômica e política do país, viajamos ao exterior e conhecemos in loco modelos diferentes de vida, conhecemos sociedade mais ou menos cidadãs que nos permite comparar.
Se esse meu raciocínio estiver correto, e fizer lógica, porque não tentar viver cada vez mais na legalidade? porque não trazer para nós a lei que rege o país em que vivemos? porque não tentar ser mais cidadãos?
Eu sou empresária há mais de 10 anos e sei muito bem o tamanho da carga tributária e o quanto me deixa irada pagar os impostos tirando de mim o lucro que tenho direito para vê-lo aplicado muitas vezes em ações corruptas. Mas nada deve me servir como pretexto para permitir que a ilegalidade continue existindo. Nada. A ilegalidade não se combate com ilegalidade. A gente é legal pela gente, não pelo outro. Assim como eu acredito que a gente é fiel e respeitoso por valores que estão dentro de nós e agimos assim por coerência. Não porque temos alguém a nosso lado que nos é fiel e nos respeita. Pense nisso.
Pense em trazer legalidade na sua vida, no seu dia-a-dia. Traga essa força do que é do bem para sua vida. Quanto mais este país estiver se corrompendo, mais devemos ser fiéis a nós mesmos e trazer luz nesse ambiente sombrio.
Pense que quando compra algo pirata, por exemplo, está sim incentivando o abuso da mão de obra ilícita, quem sabe de mão de obra escrava, lá na ponta. Você já se perguntou como esse produto foi feito? Quais são as condições de trabalho das pessoas que produzem um produto com esse preço? O quanto você quer se importar em saber? Ao optar pela ilegalidade estamos PROMOVENDO, assim em maiúscula, que o submundo exista. A minha raiva pelos impostos que pago e o meu desejo de poupar meu dinheiro, pelo menos para mim, não são suficientes para ser cúmplice desse mundo corrompido.
Pense nisso, sinta isso. E eu lhe peço: traga mais legalidade para sua vida.
As leis foram criadas - ou pelo menos deveriam ser criadas - em um país democrático como o nosso, para estabelecer uma ordem que, como causa primaria, têm a finalidade de beneficiar a maioria. O fato de elas não serem cumpridas isonomicamente ou não nos parecer justas, não anula o seu poder soberano. Como cidadãos de um país democratático, cabe a nós acatar as leis existentes e, se for o caso, lutar para que elas sejam mudadas.
Antes de entrar de férias lí na Veja uma pequisa que mostra que as pessoas de baixa renda ou de nível de instrução menor tendem a ser menos legais - no sentido da legalidade - e aceitar mais o incorreto em benefício próprio do que as pessoas de maior renda e nível educacional. A pesquisa não me suprendeu já que infelizmente havia constatado esse fato nos estudos da Behavior com as classes C e D, mas ajudou a confirmou que o discurso populista contra as classes abastadas muitas vezes não passa de manobra para aproveitar a energia da raiva, inveja, insatisfação e rivalidade entre os diferentes, para obter a 'distração' do que é importante: o que as autoridades, de fato, fazem.
Outro ponto que considero importante trazer para elucidar meu raciocínio, é que quando estudamos o comportamento social, muitas vezes colocamos como similares as pontas da pirâmide mais afastadas: a classe mais elitizada e os mais pobres da pirâmide. Em diversos aspectos eles possuem atitudes e moralidade parecidas já que ambos segmentos se sentem acima ou fora da lei. Os motivos são completamente diferentes: os mais abastados sentem que as leis não os atingem; e os mais pobres agem fora da lei porque sentem que não tem nada a perder.
Portanto, e agora explico o porque dessa explanação, no meu entender, é a classe média em toda sua abrangência que deverá trazer - e eu torço por isso - a grande mudança de valores da sociedade em que vivemos. Nós gostamos de estar dentro da lei, nós sofremos a conseqüência da lei e a maioria de nós queremos a lei sendo exercida e respeitada. Nós nos sentimos seguros com essa realidade. Com nosso nível educacional, podemos compreender melhor a situação econômica e política do país, viajamos ao exterior e conhecemos in loco modelos diferentes de vida, conhecemos sociedade mais ou menos cidadãs que nos permite comparar.
Se esse meu raciocínio estiver correto, e fizer lógica, porque não tentar viver cada vez mais na legalidade? porque não trazer para nós a lei que rege o país em que vivemos? porque não tentar ser mais cidadãos?
Eu sou empresária há mais de 10 anos e sei muito bem o tamanho da carga tributária e o quanto me deixa irada pagar os impostos tirando de mim o lucro que tenho direito para vê-lo aplicado muitas vezes em ações corruptas. Mas nada deve me servir como pretexto para permitir que a ilegalidade continue existindo. Nada. A ilegalidade não se combate com ilegalidade. A gente é legal pela gente, não pelo outro. Assim como eu acredito que a gente é fiel e respeitoso por valores que estão dentro de nós e agimos assim por coerência. Não porque temos alguém a nosso lado que nos é fiel e nos respeita. Pense nisso.
Pense em trazer legalidade na sua vida, no seu dia-a-dia. Traga essa força do que é do bem para sua vida. Quanto mais este país estiver se corrompendo, mais devemos ser fiéis a nós mesmos e trazer luz nesse ambiente sombrio.
Pense que quando compra algo pirata, por exemplo, está sim incentivando o abuso da mão de obra ilícita, quem sabe de mão de obra escrava, lá na ponta. Você já se perguntou como esse produto foi feito? Quais são as condições de trabalho das pessoas que produzem um produto com esse preço? O quanto você quer se importar em saber? Ao optar pela ilegalidade estamos PROMOVENDO, assim em maiúscula, que o submundo exista. A minha raiva pelos impostos que pago e o meu desejo de poupar meu dinheiro, pelo menos para mim, não são suficientes para ser cúmplice desse mundo corrompido.
Pense nisso, sinta isso. E eu lhe peço: traga mais legalidade para sua vida.
segunda-feira, 20 de agosto de 2007
Estou de férias!
Oba! entrei de férias agora e só volto na segunda semana de setembro. Mas antes de me despedir queria lhes fazer pensar sobre algo que uma amiga comentou no sábado comigo:
Na mídia as catástrofes, acidentes, corrupção, entre outras desgraças que nos assolam ganham extremos destaques. Mas por outro lado, há inúmeras coisas maravilhosas acontecendo no mundo. Vocês já perceberam quanta gente está já no voluntariado? Quantas gente, muita mesmo, nas últimas décadas têm buscado auto-conhecimento, têm se 'trabalhado' independente da forma da terapia, têm buscado um caminho na espiritualidade e têm se aberto para ser melhor cada dia e tornar este mundo um pouco melhor? Muita. Acreditem muita.
Então, porque temos a impressão que o mundo está pior? Porque temos a impressão que as coisas boas só acontecem isoladamente vindos de alguns bons samaritanos?
Eu mesma não cheguei ainda a nenhuma conclusão, mas acredito que um dos piores (e mais manipuláveis) sentimentos do homem é o medo.
Creio que uma coisa é reagir porque queremos que a situação mude. Outra é agir pelo medo.
Pensem nisso e até breve.
Na mídia as catástrofes, acidentes, corrupção, entre outras desgraças que nos assolam ganham extremos destaques. Mas por outro lado, há inúmeras coisas maravilhosas acontecendo no mundo. Vocês já perceberam quanta gente está já no voluntariado? Quantas gente, muita mesmo, nas últimas décadas têm buscado auto-conhecimento, têm se 'trabalhado' independente da forma da terapia, têm buscado um caminho na espiritualidade e têm se aberto para ser melhor cada dia e tornar este mundo um pouco melhor? Muita. Acreditem muita.
Então, porque temos a impressão que o mundo está pior? Porque temos a impressão que as coisas boas só acontecem isoladamente vindos de alguns bons samaritanos?
Eu mesma não cheguei ainda a nenhuma conclusão, mas acredito que um dos piores (e mais manipuláveis) sentimentos do homem é o medo.
Creio que uma coisa é reagir porque queremos que a situação mude. Outra é agir pelo medo.
Pensem nisso e até breve.
sexta-feira, 3 de agosto de 2007
A força do sorriso
Esta semana almocei com uma amiga querida que me contou que após um tempo sentindo que "não estava fazendo nada por um mundo melhor" decidiu oferecer seu sorriso às pessoas com as quais interage: o homem da banquinha, a moça do supermercado, o vizinho, a senhora no trânsito... toda vez que ela finaliza um diálogo e se despede, olha para a pessoa e oferece seu sorriso sincero. Embora considere esse gesto algo pequeno e pense que poderia estar fazendo algo a mais, ela se sente feliz de ter saído da vontade para a ação e me contou que está surpreendida com o que gera nas pessoas com as quais interage.
Não sei quantas pessoas ela já encontrou e receberam seu sorriso, mas o que eu consigo imaginar é o quanto isso pode significar de bom para alguém que do nada recebe um olhar atento e um sorriso nos dias de hoje. Se pararmos para pensar atualmente quase ninguém pára, direciona sua atenção gratuitamente para o outro e agradece olhando nos olhos. Demorando, no mínimo, o tempo que toma ler estas palavras. Pense bem, é simples: parar, olhar e agradecer olhando até o fim do gesto. Gesto simples mas raro, infelizmente.
Para mim, fazer o que minha amiga está fazendo é uma forma de doação: estamos doando nossos ‘preciosos’ segundos, nossa atenção, nossa energia. Você já parou para pensar quanto está difícil se doar? Cada um de nós tomou uma importância tão grande, que o Eu é imenso, espaçoso. Há sempre algo importante na nossa vida que nos faz viver correndo, preocupados, ansiosos. Sempre nossos problemas são os mais sérios, nossa família é a pior ou a melhor, nossa felicidade é a nossa grande meta... enfim sempre estamos conosco nas nossas mentes. Somos o nosso centro, o nosso sol. Não nego que a vida tem se complicado e que questões sérias familiares podem nos absorver ou que a busca pelo autoconhecimento seja vital; mas pensar no outro anônimo poder ser um grande exercício de diminuir a nossa importância.
E se olharmos por um outro lado, o que minha amiga está fazendo também o faz por e para ela. A sensação de fazer diferença nesta vida louca está deixando-a mais feliz com ela mesma. Sentir o contentamento, alegria, assombro, enfim, seja qual for a reação das pessoas ao sorriso que doou, traz a ela orgulho por si mesma e autoconfiança ao notar a sua relevância na construção de um mundo melhor. Sai da teoria para a prática.
O que mais eu gostei do que ela me contou é que ela iniciou. Saiu da vontade de fazer algo para ação. Aos poucos sem grandes planos, ações, nem público para aplaudir ou criticar, mas com pequenos gestos para pessoas anônimas que naquele dia abençoado, receberam um sorriso de alguém que podem nem conhecer mas que contribuiu para alimentar a sua alma e colorir o seu dia. Acredito muito que seja também com esses pequenos gestos que a gente consiga construir de fato um mundo melhor.
Se você puder hoje mesmo pare, olhe e sorria. Se doe por dois segundos. Faça isso pelo outro que não conhece e por você. Você vai descobrir a força de seu sorriso. E acredite, você vai amar!
Não sei quantas pessoas ela já encontrou e receberam seu sorriso, mas o que eu consigo imaginar é o quanto isso pode significar de bom para alguém que do nada recebe um olhar atento e um sorriso nos dias de hoje. Se pararmos para pensar atualmente quase ninguém pára, direciona sua atenção gratuitamente para o outro e agradece olhando nos olhos. Demorando, no mínimo, o tempo que toma ler estas palavras. Pense bem, é simples: parar, olhar e agradecer olhando até o fim do gesto. Gesto simples mas raro, infelizmente.
Para mim, fazer o que minha amiga está fazendo é uma forma de doação: estamos doando nossos ‘preciosos’ segundos, nossa atenção, nossa energia. Você já parou para pensar quanto está difícil se doar? Cada um de nós tomou uma importância tão grande, que o Eu é imenso, espaçoso. Há sempre algo importante na nossa vida que nos faz viver correndo, preocupados, ansiosos. Sempre nossos problemas são os mais sérios, nossa família é a pior ou a melhor, nossa felicidade é a nossa grande meta... enfim sempre estamos conosco nas nossas mentes. Somos o nosso centro, o nosso sol. Não nego que a vida tem se complicado e que questões sérias familiares podem nos absorver ou que a busca pelo autoconhecimento seja vital; mas pensar no outro anônimo poder ser um grande exercício de diminuir a nossa importância.
E se olharmos por um outro lado, o que minha amiga está fazendo também o faz por e para ela. A sensação de fazer diferença nesta vida louca está deixando-a mais feliz com ela mesma. Sentir o contentamento, alegria, assombro, enfim, seja qual for a reação das pessoas ao sorriso que doou, traz a ela orgulho por si mesma e autoconfiança ao notar a sua relevância na construção de um mundo melhor. Sai da teoria para a prática.
O que mais eu gostei do que ela me contou é que ela iniciou. Saiu da vontade de fazer algo para ação. Aos poucos sem grandes planos, ações, nem público para aplaudir ou criticar, mas com pequenos gestos para pessoas anônimas que naquele dia abençoado, receberam um sorriso de alguém que podem nem conhecer mas que contribuiu para alimentar a sua alma e colorir o seu dia. Acredito muito que seja também com esses pequenos gestos que a gente consiga construir de fato um mundo melhor.
Se você puder hoje mesmo pare, olhe e sorria. Se doe por dois segundos. Faça isso pelo outro que não conhece e por você. Você vai descobrir a força de seu sorriso. E acredite, você vai amar!
segunda-feira, 23 de julho de 2007
O sentimento de luto por cada um de nós
Eu me sinto de luto. Esse sentimento se instalou dentro de meu coração desde que soube do acidente do vôo 3054 da TAM na última terça-feira. Primeiro foi pelas vítimas, depois por aqueles que ficaram com a dor da perda. Na medida em que ia tomando consciência do significado da “tragédia anunciada”, como impressa e várias pessoas respeitáveis deste país estão chamando o acidente, o meu sentimento de luto foi tomando outras proporciones: hoje eu me sinto de luto por mim e por todos os habitantes deste país que vivenciam o escárnio do atual governo deste país.
Sobre o acidente está claro para mim, que houve no mínimo por parte das autoridades competentes, pouca atenção à crise aérea que vem assolando o Brasil desde o segundo semestre do ano passado. Não cabe a mim, muito menos neste blog, ficar fazendo conjeturas sobre as possíveis causas; prefiro dedicar meu tempo a promover um pensar sobre as atitudes das autoridades que nos representam.
Desde o acidente e até onde eu consegui acompanhar na imprensa, o governo que nos representa na figura máxima do presidente, só se manifestou diretamente, na sexta-feira, 3 dias após o acidente. No dia seguinte ao acidente, o presidente da Tam deu uma entrevista coletiva. Independente de seu conteúdo, ele esteve junto com o alto escalão técnico da TAM, pessoalmente perante a imprensa para dar a cara para bater. É assim que uma pessoa que ocupa um alto cargo tem que agir. Faz parte da responsabilidade do cargo se expor, se manifestar e aceitar a crítica do público com o qual interage. Se essa pessoa não tem a sobriedade, respeito, postura e hombridade suficiente para fazer isso então, no mínimo, não está apto para assumir um cargo como esse.
Um amigo me lembrou da abertura dos Jogos Panamericanos e as vaias fortes contra o Lula e como ele, covardemente, deixou de abrir os Jogos. Ele não foi capaz de encarar o Maracanã em peso vaiando-o. É a primeira vez na história do Pan que o presidente do país sede dos Jogos não abre oficialmente as competições. Penso na probabilidade de sermos também lembrados por isso, cada vez que houver retrospectivas dos Jogos Panamericanos no mundo inteiro.
Mas voltando ao acidente, nos dias seguintes ao acidente acompanhei assombrada (sim, ainda fico) como o governo continuou agindo. Eu nem acreditei quando vi a condecoração do Milton Zuanazzi da ANAC. Não conheço os motivos e desde quando a cerimônia de condecoração estava programa, mas o bom senso e o respeito deveriam promover, pelo menos, que a cerimônia fosse adiada.
Muita gente não deve nem perceber o que significa a ausência de autoridades merecedoras dessa posição e responsabilidade num momento como este, mas é bom lembrar que uma Autoridade nos representa e representar significa “ser a imagem ou a reprodução de”. Isto quer dizer que a autoridade que colocamos no governo é a nossa imagem ou reprodução. Aliás, até onde entendo de democracia, ela foi eleita para realizar esse papel. Por isso, em minha opinião, a autoridade deveria ser melhor de que cada um de nós, dado o cargo que ocupa. Ela deveria servir como um guia, alguém a quem admirar e ter como referência.
Mas o que vejo é um horror, de ai o meu luto. Ouvi várias vezes o pronunciamento do Lula na sexta-feira e fiquei indignada logo no início quando ele começa com: “meu amigos e minhas amigas” na busca de parecer próximo, aliado. Senhor presidente, eu não quero ser sua amiga, eu quero é alguém que tenha decência e postura relativa ao cargo que ocupa. Eu sei como bem lembrou seu assessor Marco Aurélio Garcia, após ser pego fazendo gestos chulos, que o senhor foi eleito pela grande maioria para representá-la, mas quero que saiba que a mim e a minha família, felizmente o senhor não representa.
Sobre o acidente está claro para mim, que houve no mínimo por parte das autoridades competentes, pouca atenção à crise aérea que vem assolando o Brasil desde o segundo semestre do ano passado. Não cabe a mim, muito menos neste blog, ficar fazendo conjeturas sobre as possíveis causas; prefiro dedicar meu tempo a promover um pensar sobre as atitudes das autoridades que nos representam.
Desde o acidente e até onde eu consegui acompanhar na imprensa, o governo que nos representa na figura máxima do presidente, só se manifestou diretamente, na sexta-feira, 3 dias após o acidente. No dia seguinte ao acidente, o presidente da Tam deu uma entrevista coletiva. Independente de seu conteúdo, ele esteve junto com o alto escalão técnico da TAM, pessoalmente perante a imprensa para dar a cara para bater. É assim que uma pessoa que ocupa um alto cargo tem que agir. Faz parte da responsabilidade do cargo se expor, se manifestar e aceitar a crítica do público com o qual interage. Se essa pessoa não tem a sobriedade, respeito, postura e hombridade suficiente para fazer isso então, no mínimo, não está apto para assumir um cargo como esse.
Um amigo me lembrou da abertura dos Jogos Panamericanos e as vaias fortes contra o Lula e como ele, covardemente, deixou de abrir os Jogos. Ele não foi capaz de encarar o Maracanã em peso vaiando-o. É a primeira vez na história do Pan que o presidente do país sede dos Jogos não abre oficialmente as competições. Penso na probabilidade de sermos também lembrados por isso, cada vez que houver retrospectivas dos Jogos Panamericanos no mundo inteiro.
Mas voltando ao acidente, nos dias seguintes ao acidente acompanhei assombrada (sim, ainda fico) como o governo continuou agindo. Eu nem acreditei quando vi a condecoração do Milton Zuanazzi da ANAC. Não conheço os motivos e desde quando a cerimônia de condecoração estava programa, mas o bom senso e o respeito deveriam promover, pelo menos, que a cerimônia fosse adiada.
Muita gente não deve nem perceber o que significa a ausência de autoridades merecedoras dessa posição e responsabilidade num momento como este, mas é bom lembrar que uma Autoridade nos representa e representar significa “ser a imagem ou a reprodução de”. Isto quer dizer que a autoridade que colocamos no governo é a nossa imagem ou reprodução. Aliás, até onde entendo de democracia, ela foi eleita para realizar esse papel. Por isso, em minha opinião, a autoridade deveria ser melhor de que cada um de nós, dado o cargo que ocupa. Ela deveria servir como um guia, alguém a quem admirar e ter como referência.
Mas o que vejo é um horror, de ai o meu luto. Ouvi várias vezes o pronunciamento do Lula na sexta-feira e fiquei indignada logo no início quando ele começa com: “meu amigos e minhas amigas” na busca de parecer próximo, aliado. Senhor presidente, eu não quero ser sua amiga, eu quero é alguém que tenha decência e postura relativa ao cargo que ocupa. Eu sei como bem lembrou seu assessor Marco Aurélio Garcia, após ser pego fazendo gestos chulos, que o senhor foi eleito pela grande maioria para representá-la, mas quero que saiba que a mim e a minha família, felizmente o senhor não representa.
sexta-feira, 13 de julho de 2007
Quando um homem decide olhar para si
Há poucos dias meu marido tornou pública a sua decisão de deixar o grupo em que trabalha há 8 anos e iniciar um novo caminho, provavelmente no mundo empresarial. Estou muito orgulhosa pela sua decisão, mais ainda, por conseguir compreender todas as implicações existentes na decisão de um homem, responsável e maduro como ele, ao deixar o que é considerado seguro, seu emprego, pelo incerto, o seu futuro.
Desde que se tornou pública a decisão, muitos amigos, colegas, conhecidos têm falado ou escrito para nós fazendo comentários, desejando boa sorte e para minha surpresa, em praticamente todos, tenho percebido admiração e o desejo profundo de fazer o mesmo. É para essas pessoas que eu quis escrever hoje: contar o que é ter o privilégio de acompanhar o processo de renascimento de um homem.
Meu marido, como muitos, iniciou e sempre fez carreira corporativa o que lhe brindou maravilhosos aprendizados, conheceu diversas culturas, pessoas, além de conseguir uma vida confortável. Mas o mundo corporativo, como tudo na vida, cobra seu preço e promove no funcionário, em minha opinião, a dependência e a perda de identidade, ao ponto de chegar a associar o próprio sobrenome ao da corporação sem se dar conta; mais do que isso, achando necessário, normal e bom.
Meu marido passou desse estágio para a decisão de sair, gradualmente, sem sobressaltos, sem traumas. Não o fez planejadamente como muitos o fazem, se organizando, fazendo investimentos, buscando outras oportunidades enquanto ainda está na corporação porque, além de não ser o estilo dele, a grande questão é que ele não se preparou, em minha opinião, para deixar a vida corporativa: a decisão foi uma conseqüência e não o foco da sua busca. O que meu marido vem buscando de forma honesta e firme, nos últimos anos, é se tornar um homem melhor.
E o fez de uma forma muito linda, trabalhando seu interno através de terapia, feita rigorosa e valentemente, questionando-se e questionando tudo, enfrentando suas sombras e medos, às vezes com dor, às vezes com belas surpresas, mas sempre firme no seu propósito de descobrir afinal quem ele é e o que ele quer ser daqui para frente. No caso dele, o que deseja ser teve que passar pela ruptura com o mundo corporativo, pelo menos da forma como ele vinha se relacionando. Mas isso, como já disse, foi conseqüência.
Isso significa que ele está sem medos? Claro que não. O medo faz parte, mas ele está se sentindo mais seguro em enfrentá-los. Tem consciência que talvez erre, talvez caia, até porque ele nunca foi assim, mas com certeza há algo que ele tem hoje mais ainda: orgulho de si mesmo, aquele orgulho que a gente sente ao se olhar sozinho no espelho.
Acredito e sinto que estejamos em um momento de rupturas, de todos os tipos e níveis, por isso se eu puder dar uma sugestão embasada no privilégio de ter vivido o passo a passo da transformação de um homem, eu lhes digo que o emprego, o quê fazer, vem depois. Primeiro tente, de sua forma, seja ela qual for mas honesta, firme, disciplinada e corajosamente, saber quem você é de verdade e o que te faz feliz. Tenha a humildade de procurar ajuda, de rever conceitos. Procure ser um ser humano melhor. Tenha certeza que o mundo agradecerá.
Desde que se tornou pública a decisão, muitos amigos, colegas, conhecidos têm falado ou escrito para nós fazendo comentários, desejando boa sorte e para minha surpresa, em praticamente todos, tenho percebido admiração e o desejo profundo de fazer o mesmo. É para essas pessoas que eu quis escrever hoje: contar o que é ter o privilégio de acompanhar o processo de renascimento de um homem.
Meu marido, como muitos, iniciou e sempre fez carreira corporativa o que lhe brindou maravilhosos aprendizados, conheceu diversas culturas, pessoas, além de conseguir uma vida confortável. Mas o mundo corporativo, como tudo na vida, cobra seu preço e promove no funcionário, em minha opinião, a dependência e a perda de identidade, ao ponto de chegar a associar o próprio sobrenome ao da corporação sem se dar conta; mais do que isso, achando necessário, normal e bom.
Meu marido passou desse estágio para a decisão de sair, gradualmente, sem sobressaltos, sem traumas. Não o fez planejadamente como muitos o fazem, se organizando, fazendo investimentos, buscando outras oportunidades enquanto ainda está na corporação porque, além de não ser o estilo dele, a grande questão é que ele não se preparou, em minha opinião, para deixar a vida corporativa: a decisão foi uma conseqüência e não o foco da sua busca. O que meu marido vem buscando de forma honesta e firme, nos últimos anos, é se tornar um homem melhor.
E o fez de uma forma muito linda, trabalhando seu interno através de terapia, feita rigorosa e valentemente, questionando-se e questionando tudo, enfrentando suas sombras e medos, às vezes com dor, às vezes com belas surpresas, mas sempre firme no seu propósito de descobrir afinal quem ele é e o que ele quer ser daqui para frente. No caso dele, o que deseja ser teve que passar pela ruptura com o mundo corporativo, pelo menos da forma como ele vinha se relacionando. Mas isso, como já disse, foi conseqüência.
Isso significa que ele está sem medos? Claro que não. O medo faz parte, mas ele está se sentindo mais seguro em enfrentá-los. Tem consciência que talvez erre, talvez caia, até porque ele nunca foi assim, mas com certeza há algo que ele tem hoje mais ainda: orgulho de si mesmo, aquele orgulho que a gente sente ao se olhar sozinho no espelho.
Acredito e sinto que estejamos em um momento de rupturas, de todos os tipos e níveis, por isso se eu puder dar uma sugestão embasada no privilégio de ter vivido o passo a passo da transformação de um homem, eu lhes digo que o emprego, o quê fazer, vem depois. Primeiro tente, de sua forma, seja ela qual for mas honesta, firme, disciplinada e corajosamente, saber quem você é de verdade e o que te faz feliz. Tenha a humildade de procurar ajuda, de rever conceitos. Procure ser um ser humano melhor. Tenha certeza que o mundo agradecerá.
quarta-feira, 4 de julho de 2007
A mentira nossa de cada dia
Comecei a escrever este texto há uma semana atrás, mas viagens e confusões retardaram minha postagem. Isso de certa forma me ajudou a refletir mais sobre o assunto da postagem: a mentira inserida no nosso dia-a-dia.
Nas empresas que visito, o conceito de ‘verdade’ costuma aparecer na lista de valores que regem a corporação e para onde você olha, o desejo de verdade está latente, mas já tentou ser verdadeiro um dia inteiro, do início ao fim?
Se pararmos para observar – e eu o fiz nestes dias – reparamos que a mentira está, sorrateiramente, inserida ao longo do nosso dia praticamente desde que acordamos até que voltamos a deitar. Muitas vezes está na saudação que damos comentando como a pessoa está ‘linda’ embora tenhamos notado que ela não esteja bem. Está no gesto rápido que fazemos à nossa assistente para dizer que não estamos porque não queremos atender alguém. Está na desculpa esfarrapada que damos para não sair com alguém. Enfim um rosário de “mentiras lights”, como classificou uma amiga muito especial, que rezamos ao longo de cada santo dia.
Estou sendo muito radical? Ótimo se isso nos faz ir até a raiz da questão. Vamos usar a classificação da minha amiga imaginando que existem mentiras lights, mentiras médias e mentiras pesadas. O difícil será estipular os limites de cada classificação por envolver valores pessoais e sociais. Em muitos grupos sociais as mentiras lights serão consideradas cortesias e vistas de forma positiva porque facilitam a sociabilização. Por outro lado, acredito que as mentiras pesadas sejam mais fáceis de classificar por gerar conseqüências que promovem uma reprovação pela maioria das sociedades.
Mas indo para a raiz: não estamos, afinal, falando da mesma coisa: a mentira, que nada mais é do que a falta com a verdade? Para mim, a nossa tentativa, talvez latina, de relativizar tudo, e assim escolher o que melhor nos convém, tem nos levado a banalizar a mentira – a falta com a verdade – que nos permite aceitar cada vez mais mentiras a nossa volta, na nossa vida, no nosso mundo. Se isso for verdadeiro – e não mentira – isso significa que vivemos em um mundo faz de conta: o que as pessoas dizem pode não ser verdade, o que consideramos verdadeiro talvez não o seja. E eu me pergunto o quanto queremos viver na verdade?
Voltando a minha amiga, quando comentei o tópico desta postagem ela disse: “ai também é demais, se for para vivermos só na verdade dessa forma, então teremos que viver numa bolha”, fazendo referência à aceitação social da mentira. Correto, hoje teríamos que viver em uma bolha separados do ambiente social, mas não será o contrário: que a gente criou uma bolha que nos separa do que é real e verdadeiro?
Quando as empresas e pessoas pedem por mais verdade, elas estão pedindo exatamente o quê? O quanto cada um de nós consegue viver cada dia com mais verdade até nos pequenos gestos do dia-a-dia. Tai um grande desafio que pode ser a nossa contribuição real por um Mundo Melhor.
Nas empresas que visito, o conceito de ‘verdade’ costuma aparecer na lista de valores que regem a corporação e para onde você olha, o desejo de verdade está latente, mas já tentou ser verdadeiro um dia inteiro, do início ao fim?
Se pararmos para observar – e eu o fiz nestes dias – reparamos que a mentira está, sorrateiramente, inserida ao longo do nosso dia praticamente desde que acordamos até que voltamos a deitar. Muitas vezes está na saudação que damos comentando como a pessoa está ‘linda’ embora tenhamos notado que ela não esteja bem. Está no gesto rápido que fazemos à nossa assistente para dizer que não estamos porque não queremos atender alguém. Está na desculpa esfarrapada que damos para não sair com alguém. Enfim um rosário de “mentiras lights”, como classificou uma amiga muito especial, que rezamos ao longo de cada santo dia.
Estou sendo muito radical? Ótimo se isso nos faz ir até a raiz da questão. Vamos usar a classificação da minha amiga imaginando que existem mentiras lights, mentiras médias e mentiras pesadas. O difícil será estipular os limites de cada classificação por envolver valores pessoais e sociais. Em muitos grupos sociais as mentiras lights serão consideradas cortesias e vistas de forma positiva porque facilitam a sociabilização. Por outro lado, acredito que as mentiras pesadas sejam mais fáceis de classificar por gerar conseqüências que promovem uma reprovação pela maioria das sociedades.
Mas indo para a raiz: não estamos, afinal, falando da mesma coisa: a mentira, que nada mais é do que a falta com a verdade? Para mim, a nossa tentativa, talvez latina, de relativizar tudo, e assim escolher o que melhor nos convém, tem nos levado a banalizar a mentira – a falta com a verdade – que nos permite aceitar cada vez mais mentiras a nossa volta, na nossa vida, no nosso mundo. Se isso for verdadeiro – e não mentira – isso significa que vivemos em um mundo faz de conta: o que as pessoas dizem pode não ser verdade, o que consideramos verdadeiro talvez não o seja. E eu me pergunto o quanto queremos viver na verdade?
Voltando a minha amiga, quando comentei o tópico desta postagem ela disse: “ai também é demais, se for para vivermos só na verdade dessa forma, então teremos que viver numa bolha”, fazendo referência à aceitação social da mentira. Correto, hoje teríamos que viver em uma bolha separados do ambiente social, mas não será o contrário: que a gente criou uma bolha que nos separa do que é real e verdadeiro?
Quando as empresas e pessoas pedem por mais verdade, elas estão pedindo exatamente o quê? O quanto cada um de nós consegue viver cada dia com mais verdade até nos pequenos gestos do dia-a-dia. Tai um grande desafio que pode ser a nossa contribuição real por um Mundo Melhor.
quarta-feira, 20 de junho de 2007
Ser do Bem é diferente de Terceirizar o Bem
Nas minhas andanças pelo mundo corporativo apresentando o conceito da minha empresa Behavior, tenho percebido que o desejo de fazer o Bem está latente nos executivos e empresários, todos estes preocupados com maior ou menor grau por um Mundo Melhor. É ótimo saber que há uma consciência coletiva crescendo nesse aspecto. Acredito que toda mudança social comece pelo despertar gradual da consciência coletiva até o momento que passa de latente para aparecer, tomar posse e, posteriormente, simplesmente ser.
Neste momento de transição entre ‘latente’ e ‘ser’, percebo que há vários estágios: o básico é aquele profissional que deseja, mas que não põem em prática alguma ação efetiva. Para estes é inevitavelmente a desculpa da falta de tempo, de oportunidade, a estrutura empresarial que não lhes facilita porque não é quem decide ou porque, se decide, não o faz sozinho... Enfim, percebo que há uma procura, para mim utópica, do ‘momento ideal para fazer o Bem’.
Para aqueles que já decidiram pela implantação do Bem Corporativo ou trabalham numa empresa que decidiu, surge naturalmente o que estou chamando da Terceirização do Bem que é comumente associada a ações de cunho sociais. Cria-se uma diretoria ou área para cuidar e tocar o Bem dentro da organização como se fosse algo externo, um apêndice. Algumas criam institutos ou fundações, muitas delas em prédios ou ambientes separados.
Nada contra essas criações, até porque juridicamente, acredito ser uma forma real de viabilizar ações sociais, além de ser comum as empresas usarem modus operandi conhecidos para iniciar algo novo. O problema é que, quando não é bem trabalhado dentro da própria organização criam-se divisões deixando para o outro – terceirizando – fazer o Bem. Cria-se a cultura de que Ser do Bem, exige algo diferente do que simplesmente viver o Bem todo dia, a toda hora.
Sinto que é o momento de ir adiante e trazer o Bem para a organização como um todo. Conseguir que a organização pulse unissonante no desejo de contribuir por um Mundo Melhor sem perder o foco na sua prosperidade econômica, acredito, é a meta do hoje olhando para o futuro.
O Bem dentro da organização não se decide por ‘decreto’ mas planejando, estabelecendo premissas, prazos e sendo muito coerente e perseverante, chegando à teimosia, aquela teimosia de quem realiza. Para quem quiser começar, acredito que ajude iniciar com simplicidade. Aprendi isso com uma cliente: ir do mais fácil ao mais difícil. Os grandes projetos, principalmente quando ligados a aspectos mais intangíveis, costumam se perder no tempo e na forma, porque os resultados demoram a aparecer. É fundamental, novamente, a coerência e perseverança, que deve vir de cima para abaixo, para a corporação não abrir mão da mudança e começar a discutir o ‘modelo’ ou ‘matar o mensageiro’ para aliviar o desconforto de sair da zona conhecida e palpável.
Criar a cultura do Bem na corporação é mais do que criar uma diretoria, uma ação social, uma campanha, apresentações em power point, áreas de sustentabilidade na internet ou mesmo uma política justa de RH. Na realidade Ser uma empresa do Bem é tudo isso junto e mais: é optar cada dia, em cada pequena ou grande decisão, com humildade e firmeza, ser uma empresa que procura estabelecer relacionamentos duradouros com base em valores humanos mais elevados como honra, respeito, honestidade e coragem. Enfim, Relacionamentos para um Mundo Melhor.
Neste momento de transição entre ‘latente’ e ‘ser’, percebo que há vários estágios: o básico é aquele profissional que deseja, mas que não põem em prática alguma ação efetiva. Para estes é inevitavelmente a desculpa da falta de tempo, de oportunidade, a estrutura empresarial que não lhes facilita porque não é quem decide ou porque, se decide, não o faz sozinho... Enfim, percebo que há uma procura, para mim utópica, do ‘momento ideal para fazer o Bem’.
Para aqueles que já decidiram pela implantação do Bem Corporativo ou trabalham numa empresa que decidiu, surge naturalmente o que estou chamando da Terceirização do Bem que é comumente associada a ações de cunho sociais. Cria-se uma diretoria ou área para cuidar e tocar o Bem dentro da organização como se fosse algo externo, um apêndice. Algumas criam institutos ou fundações, muitas delas em prédios ou ambientes separados.
Nada contra essas criações, até porque juridicamente, acredito ser uma forma real de viabilizar ações sociais, além de ser comum as empresas usarem modus operandi conhecidos para iniciar algo novo. O problema é que, quando não é bem trabalhado dentro da própria organização criam-se divisões deixando para o outro – terceirizando – fazer o Bem. Cria-se a cultura de que Ser do Bem, exige algo diferente do que simplesmente viver o Bem todo dia, a toda hora.
Sinto que é o momento de ir adiante e trazer o Bem para a organização como um todo. Conseguir que a organização pulse unissonante no desejo de contribuir por um Mundo Melhor sem perder o foco na sua prosperidade econômica, acredito, é a meta do hoje olhando para o futuro.
O Bem dentro da organização não se decide por ‘decreto’ mas planejando, estabelecendo premissas, prazos e sendo muito coerente e perseverante, chegando à teimosia, aquela teimosia de quem realiza. Para quem quiser começar, acredito que ajude iniciar com simplicidade. Aprendi isso com uma cliente: ir do mais fácil ao mais difícil. Os grandes projetos, principalmente quando ligados a aspectos mais intangíveis, costumam se perder no tempo e na forma, porque os resultados demoram a aparecer. É fundamental, novamente, a coerência e perseverança, que deve vir de cima para abaixo, para a corporação não abrir mão da mudança e começar a discutir o ‘modelo’ ou ‘matar o mensageiro’ para aliviar o desconforto de sair da zona conhecida e palpável.
Criar a cultura do Bem na corporação é mais do que criar uma diretoria, uma ação social, uma campanha, apresentações em power point, áreas de sustentabilidade na internet ou mesmo uma política justa de RH. Na realidade Ser uma empresa do Bem é tudo isso junto e mais: é optar cada dia, em cada pequena ou grande decisão, com humildade e firmeza, ser uma empresa que procura estabelecer relacionamentos duradouros com base em valores humanos mais elevados como honra, respeito, honestidade e coragem. Enfim, Relacionamentos para um Mundo Melhor.
terça-feira, 12 de junho de 2007
Cidade grande, cabeça aberta. Será?
Fomos passar o feriado na região dos canyons entre os estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul num local que é um verdadeiro refúgio ecológico: a pousada Pedra Afiada. Olhar a majestade dos canyons, faz a gente se calar e reverenciar tamanha a beleza e força.
Mas o que mais me acalentou e gerou conversas e reflexões entre nós, foi o nosso guia, um menino de 22 anos calmo e muito sábio, chamado Frank Lummertz. Nascido em Praia Grande, deixou a cidade aos 18 para fazer História em Florianópolis, mas volta sempre que possível e trabalha há anos como guia da região.
De fala mansa, como as pessoas do interior costumam ter, enquanto pegávamos as estradinhas de terra que nos levava de um lugar a outro, ele ia nos brindando com o seu conhecimento e mostrando, como poucas vezes vi em alguém de sua idade, a sabedoria que, para mim, vem do saber e não somente da informação e do conhecimento.
Foi nos contando do (único) ônibus que passa nos arredores em alguns poucos horários e leva adultos fazer as suas compras e trocas e as crianças para escola. Comenta que ônibus é grátis, mas logo se corrige e diz: “grátis não, é o ônibus pago por todos nós através do impostos que pagamos”.
Contou também a história da região que já pertenceu a várias etnias de índios, como os Coroados, e na medida em que Frank ia se surpreendendo com o estado que a enchente deixou a região, vai colocando sua preocupação com essa terra que tanto ama. Discutimos sobre economia, discordamos sobre a questão do progresso e o desenvolvimento, mas concordamos sobre as opções econômicas de cada região e a perda de identidade que a cidade vai tomando quando se seguem modelos externos sem discussões e avaliações.
Falou do desejo de trazer a cultura do cinema e teatro a sua cidade, nos contou que assistiu seu primeiro filme aos 15 e foi ao teatro pela primeira vez aos 18. Hoje é sócio do CineClub e deseja organizar uma semana de cinema para julho ou agosto em Praia Grande. Trará uns filmes, falou com um empresário local para emprestar um projetor, vai tentar achar uma tela e irá mostrar para quem quiser ver.
Falamos de Glauber Rocha, contou cenas que lhe chamaram a atenção, discutimos Almodóvar, cinema italiano e nos disse que agora está assistindo vários filmes russos. Enquanto ele ia falando e se empolgando, eu pensava, olhando ao redor, como numa cidade tão simples, tão sem recursos tecnológicos e educacionais, alguém podia se interessar por cinema russo.
Gostaria de explicar às pessoas que moram no campo que minha reflexão não significa algum tipo de menosprezo a este tipo de vida, muito ao contrário, significa minha tristeza em perceber que pessoas de cidades maiores, que a princípio, possuem maiores recursos e possibilidades, optam, e me perdoem porque para mim é uma questão de livre arbítrio individual, pela alienação, pela limitação.
Sei que há sempre motivos individuais grandes e fortes que dificultam a busca pela abertura da mente, mas, em minha opinião, é também nessas horas que podemos mostrar a nossa capacidade de evoluir como seres humanos e desejar um destino distinto para nós. Podemos ambicionar extrapolar fronteiras físicas e mentais, ao decidir, coisas simples, por exemplo, sair dos enlatados norte-americanos ou da televisão brasileira e optar por um filme europeu ou nacional, mas que nos abra a cabeça.
Espero Frank que você consiga fazer a sua semana de cinema em Praia Grande e que tenham muitos, muitos Franks por ai.
Mas o que mais me acalentou e gerou conversas e reflexões entre nós, foi o nosso guia, um menino de 22 anos calmo e muito sábio, chamado Frank Lummertz. Nascido em Praia Grande, deixou a cidade aos 18 para fazer História em Florianópolis, mas volta sempre que possível e trabalha há anos como guia da região.
De fala mansa, como as pessoas do interior costumam ter, enquanto pegávamos as estradinhas de terra que nos levava de um lugar a outro, ele ia nos brindando com o seu conhecimento e mostrando, como poucas vezes vi em alguém de sua idade, a sabedoria que, para mim, vem do saber e não somente da informação e do conhecimento.
Foi nos contando do (único) ônibus que passa nos arredores em alguns poucos horários e leva adultos fazer as suas compras e trocas e as crianças para escola. Comenta que ônibus é grátis, mas logo se corrige e diz: “grátis não, é o ônibus pago por todos nós através do impostos que pagamos”.
Contou também a história da região que já pertenceu a várias etnias de índios, como os Coroados, e na medida em que Frank ia se surpreendendo com o estado que a enchente deixou a região, vai colocando sua preocupação com essa terra que tanto ama. Discutimos sobre economia, discordamos sobre a questão do progresso e o desenvolvimento, mas concordamos sobre as opções econômicas de cada região e a perda de identidade que a cidade vai tomando quando se seguem modelos externos sem discussões e avaliações.
Falou do desejo de trazer a cultura do cinema e teatro a sua cidade, nos contou que assistiu seu primeiro filme aos 15 e foi ao teatro pela primeira vez aos 18. Hoje é sócio do CineClub e deseja organizar uma semana de cinema para julho ou agosto em Praia Grande. Trará uns filmes, falou com um empresário local para emprestar um projetor, vai tentar achar uma tela e irá mostrar para quem quiser ver.
Falamos de Glauber Rocha, contou cenas que lhe chamaram a atenção, discutimos Almodóvar, cinema italiano e nos disse que agora está assistindo vários filmes russos. Enquanto ele ia falando e se empolgando, eu pensava, olhando ao redor, como numa cidade tão simples, tão sem recursos tecnológicos e educacionais, alguém podia se interessar por cinema russo.
Gostaria de explicar às pessoas que moram no campo que minha reflexão não significa algum tipo de menosprezo a este tipo de vida, muito ao contrário, significa minha tristeza em perceber que pessoas de cidades maiores, que a princípio, possuem maiores recursos e possibilidades, optam, e me perdoem porque para mim é uma questão de livre arbítrio individual, pela alienação, pela limitação.
Sei que há sempre motivos individuais grandes e fortes que dificultam a busca pela abertura da mente, mas, em minha opinião, é também nessas horas que podemos mostrar a nossa capacidade de evoluir como seres humanos e desejar um destino distinto para nós. Podemos ambicionar extrapolar fronteiras físicas e mentais, ao decidir, coisas simples, por exemplo, sair dos enlatados norte-americanos ou da televisão brasileira e optar por um filme europeu ou nacional, mas que nos abra a cabeça.
Espero Frank que você consiga fazer a sua semana de cinema em Praia Grande e que tenham muitos, muitos Franks por ai.
terça-feira, 5 de junho de 2007
Os Valores que a marca emana: H.Stern e Kate Moss
Fiquei surpresa quando H.Stern voltou a utilizar a imagem da modelo Kate Moss na suas campanhas publicitárias. Não faz muito tempo ela foi flagrada usando drogas.
Desse episódio tenho dois aprendizados que gostaria de compartilhar: o primeiro é à pratica do questionamento, do parar para pensar e não somente absorver as mensagens que nos chegam todos os dias, a toda hora.
Admiro a marca H.Stern, principalmente pelo posicionamento que conseguiu dentro e fora do Brasil. Quem trabalha com marcas sabe o quanto isto é difícil. Levei o assunto à roda de amigos que me provocaram a entrar em contato com a própria H.Stern para ouvir – e não inferir – o motivo dessa escolha. Respeitosamente esclareceram que “a escolha da modelo Kate Moss para a campanha da H.Stern foi baseada em seu histórico profissional. Lamentamos o incidente envolvendo a vida pessoal da modelo, mas reconhecemos sua busca por tratamento e a determinação com que Kate segue sua carreira”.
Considero a resposta deles bastante coerente, eficiente e educada. Passei a mensagem para todos os envolvidos na discussão e cada um tomou seu partido.
O segundo aprendizado foi trabalhar essa resposta em mim. Eu penso que uma marca forte, como H.Stern é, tem a capacidade de transmitir valores humanos que podem ser absorvidos pela sociedade com a qual interage. Fiquei pensando nos valores ligados à Kate Moss: sei que ela é considerada um ícone e referência de estilo de vestir, e até de vida, para muitas adolescente e mulheres. Ela pode, também, estar buscando tratamento e talvez seja humano por parte da H.Stern estar apostando nisso e contribuindo para que ela saia dessa situação.
Mas, dentro de mim, pegou mal. Não gostei. Fique pensando na mensagem que estaria transmitindo às crianças ao comprar jóias dessa marca: o uso de drogas pode não ser tão relevante. Ou melhor, que ser cool e moderno pode passar por usar drogas ‘de quando em quando’.
Tenho consciência o quanto o uso de drogas é mais comum do que gostaríamos. Mas justamente por isso, e pela crise moral que, em minha opinião, atravessamos, é que eu me incomodo sim, de uma marca usar uma modelo que esteve publicamente envolvida com drogas. Considero que é o momento de sermos firmes na busca pelos valores mais elevados para poder modificar o rumo da nossa sociedade. Como Ana Carolina disse no seu excelente CD com Seu Jorge, “mais honesta eu vou ficar, só pra sacanear”.
Se estiver deixando de ser moderna ou cool, talvez seja porque eu nunca tenha sido; mas com certeza, eu não quero meu filho cheirando cocaína, e não quero que ele pense que eu acho cool alguém fazê-lo.
Desse episódio tenho dois aprendizados que gostaria de compartilhar: o primeiro é à pratica do questionamento, do parar para pensar e não somente absorver as mensagens que nos chegam todos os dias, a toda hora.
Admiro a marca H.Stern, principalmente pelo posicionamento que conseguiu dentro e fora do Brasil. Quem trabalha com marcas sabe o quanto isto é difícil. Levei o assunto à roda de amigos que me provocaram a entrar em contato com a própria H.Stern para ouvir – e não inferir – o motivo dessa escolha. Respeitosamente esclareceram que “a escolha da modelo Kate Moss para a campanha da H.Stern foi baseada em seu histórico profissional. Lamentamos o incidente envolvendo a vida pessoal da modelo, mas reconhecemos sua busca por tratamento e a determinação com que Kate segue sua carreira”.
Considero a resposta deles bastante coerente, eficiente e educada. Passei a mensagem para todos os envolvidos na discussão e cada um tomou seu partido.
O segundo aprendizado foi trabalhar essa resposta em mim. Eu penso que uma marca forte, como H.Stern é, tem a capacidade de transmitir valores humanos que podem ser absorvidos pela sociedade com a qual interage. Fiquei pensando nos valores ligados à Kate Moss: sei que ela é considerada um ícone e referência de estilo de vestir, e até de vida, para muitas adolescente e mulheres. Ela pode, também, estar buscando tratamento e talvez seja humano por parte da H.Stern estar apostando nisso e contribuindo para que ela saia dessa situação.
Mas, dentro de mim, pegou mal. Não gostei. Fique pensando na mensagem que estaria transmitindo às crianças ao comprar jóias dessa marca: o uso de drogas pode não ser tão relevante. Ou melhor, que ser cool e moderno pode passar por usar drogas ‘de quando em quando’.
Tenho consciência o quanto o uso de drogas é mais comum do que gostaríamos. Mas justamente por isso, e pela crise moral que, em minha opinião, atravessamos, é que eu me incomodo sim, de uma marca usar uma modelo que esteve publicamente envolvida com drogas. Considero que é o momento de sermos firmes na busca pelos valores mais elevados para poder modificar o rumo da nossa sociedade. Como Ana Carolina disse no seu excelente CD com Seu Jorge, “mais honesta eu vou ficar, só pra sacanear”.
Se estiver deixando de ser moderna ou cool, talvez seja porque eu nunca tenha sido; mas com certeza, eu não quero meu filho cheirando cocaína, e não quero que ele pense que eu acho cool alguém fazê-lo.
terça-feira, 29 de maio de 2007
Eu por um Mundo Melhor
Acredito que o mundo que vivemos hoje é resultado do que nós somos. Para mim, o mundo e, especificamente o Brasil, estão atravessando uma grave crise de valores.
A moral da nossa sociedade mudou e eu não tenho gostado dos valores que hoje a regem. Tenho sentido menos orgulho de pertencer à espécie humana.
Por isso resolvi fazer a minha parte. Acredito que essa crise pode e deve ser combatida com a mudança de atitude individual. Trazer para nós o problema pode ser o caminho da solução.
Junto com o lançamento do novo posicionamento da Behavior (www.behavior.com.br), iniciei uma ação que tenho chamado do Network do Bem. É simples e singela mas que tem me dado muito prazer em realizar.
Avaliando a moral que tem regido nosso tempo, percebi que temos aberto mão, em maior ou menor grau, de valores mais elevados como honra, respeito, verdade e coragem. Temos, como sociedade, transferido o nosso ‘valor’ para objetos, posses, formas físicas, experiências. Temos sido, muitas vezes, permissivos conosco mesmos.
Pois bem, o Network do Bem é um chamado para retomar esses valores que nos elevam e nos tornam mais dignos e orgulhosos de nós mesmos. Aquele orgulho que sentimos quando estamos sozinhos perante o espelho.
Fazer parte dele é muito fácil: basta você querer fazer mudanças na sua forma de agir e pensar, na sua atitude em relação ao seu papel nesse todo que chamamos de Mundo. É um compromisso com você mesmo, para que hoje e somente por hoje, como os AA ensinam, você aja com valores mais elevados.
Não é fácil porque a corrente nos leva na direção contrária, por isso precisa de persistência, muita vontade, humildade e paciência consigo mesmo, se derrapar. Algo que tem me ajudado é conhecer pessoas que pensam e agem assim, isso consolida minha vontade e minha crença. Com o tempo, vamos nos sentindo mais orgulhosos de nós mesmos, e esse orgulho se torna uma força motriz para continuar.
Chame seus amigos e conhecidos, pratique e divulgue essa idéia, faça o Network do Bem acontecer na sua vida. Vamos começar por nossa casa, a mudança por um Mundo Melhor.
Um grande abraço,
Nany Zl López-Aliaga Bilate
A moral da nossa sociedade mudou e eu não tenho gostado dos valores que hoje a regem. Tenho sentido menos orgulho de pertencer à espécie humana.
Por isso resolvi fazer a minha parte. Acredito que essa crise pode e deve ser combatida com a mudança de atitude individual. Trazer para nós o problema pode ser o caminho da solução.
Junto com o lançamento do novo posicionamento da Behavior (www.behavior.com.br), iniciei uma ação que tenho chamado do Network do Bem. É simples e singela mas que tem me dado muito prazer em realizar.
Avaliando a moral que tem regido nosso tempo, percebi que temos aberto mão, em maior ou menor grau, de valores mais elevados como honra, respeito, verdade e coragem. Temos, como sociedade, transferido o nosso ‘valor’ para objetos, posses, formas físicas, experiências. Temos sido, muitas vezes, permissivos conosco mesmos.
Pois bem, o Network do Bem é um chamado para retomar esses valores que nos elevam e nos tornam mais dignos e orgulhosos de nós mesmos. Aquele orgulho que sentimos quando estamos sozinhos perante o espelho.
Fazer parte dele é muito fácil: basta você querer fazer mudanças na sua forma de agir e pensar, na sua atitude em relação ao seu papel nesse todo que chamamos de Mundo. É um compromisso com você mesmo, para que hoje e somente por hoje, como os AA ensinam, você aja com valores mais elevados.
Não é fácil porque a corrente nos leva na direção contrária, por isso precisa de persistência, muita vontade, humildade e paciência consigo mesmo, se derrapar. Algo que tem me ajudado é conhecer pessoas que pensam e agem assim, isso consolida minha vontade e minha crença. Com o tempo, vamos nos sentindo mais orgulhosos de nós mesmos, e esse orgulho se torna uma força motriz para continuar.
Chame seus amigos e conhecidos, pratique e divulgue essa idéia, faça o Network do Bem acontecer na sua vida. Vamos começar por nossa casa, a mudança por um Mundo Melhor.
Um grande abraço,
Nany Zl López-Aliaga Bilate
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