sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Pausas para você em 2011

Meu desejo é que em 2011 se dê o privilégio de ter mais pausas na sua vida.


E não me refiro, neste momento, às pausas associadas a férias ou descansos. Mas as pausas diárias, aquelas que reorganizam pensamentos, sentimentos, emoções. As pausas que ajudam nosso organismo a se manter saudável e equilibram nossos corpos fisico, mental, emocional e espiritual.

As pausas que permitem que compreendamos tudo aquilo que nossos sentidos e nossa intuição captaram mas nossa mente ainda não entendeu.
                         
Permita-se parar por alguns segundos durante seu dia e fazer um simples e profundo respiro, ampliando todo o seu abdomem e não somente o peito. Permita-se oxigenar todo o seu ser, a sua alma e, de quebra ajudar a afastar de si o seu pior inimigo: seus medos.

Pausar, se desconectar de tudo e de todos e voltar naqueles segundos preciosos ao seu mundo interior, é meu grande desejo para você em 2011

domingo, 26 de setembro de 2010

Projeto Mulheres: abrir o coração para sentir



Há meses que venho trabalhando na criação de um projeto muito especial e ele acabou de sair do papel: o Projeto Mulheres. Em parceira com duas mulheres especiais, Eliete Gomes e Célia Belém, ao longo dos próximos cinco meses iremos ouvir mulheres em São Paulo e Recife dispostas a compartilhar conosco as suas histórias de vida, sonhos, esperança, realidades.

É mais um sonho que ponho a 'andar' como diria uma grande amiga. Há anos venho estudando o universo feminino seja com um olhar mercadológico, seja com um olhar de ser humano para ser humano. Tenho ouvido muitas mulheres e compreendido, inclusive com a mulher que eu sou, que há diversas mudanças acontecendo dentro de nós. Embora essas mudanças não sejam exclusivas femininas, foi através delas que comecei a sentir forte a congruência de novos desejos e aspirações se unindo para formar algo maior, como se fosse uma grande onda que ainda não conseguimos ver da praia, mas que esta vindo e ao fazê-lo, alterando toda a configuração desse mar.

Cada vez que ouvia uma mulher apoiada no sigilo das entrevistas ou num simples café para troca de experiências, o sentimento da mudança ficava claro, principalmente porque havia algo dissonante, que não encaixava, entre o que tinha ouvido e sentido e a mulher projetada na mídia ou a mulher que cruzava no dia-a-dia.  

Essa dissonância me despertou a curiosidade de pesquisadora e me levou ao desejo de que o Projeto Mulheres exista. Com ajuda de diversas pessoas, como sempre, o Projeto se tornou real e agora entramos em campo. 

Estamos convidando mulheres que desejem colaborar com o Projeto, contando-nos sua história e participando da pesquisa. Se você se interessar ou conhecer alguém que gostaria de colaborar conosco, acesse o blog do Projeto (projetomulheresbrasil.blogspot.com) e entre em contato conosco. Há uma seleção prévia em função das cotas da amostra que temos que preencher, mas tenha certeza que será um prazer ouvir você, mulher. 

domingo, 11 de abril de 2010

Mandela e o jantar ao fracasso


Assistir Invictus me fez refletir sobre meu conceito de sucesso e fracasso. Por ignorância tinha comigo que o governo de Mandela tinha sido um fracasso. Depois do filme entendi que estava totalmente enganada. Só ele ter sobrevivido à prisão e ter conseguido ganhar as eleições num país com profundas crenças racistas já era de por si uma fabulosa vitória. A figura dele como presidente durante o tempo que permaneceu no poder ajudou, sem dúvida, a diminuir a xenofobia na África do Sul, embora crenças dessa natureza leve gerações para se dissolver.

Então porque tinha a impressão do fracasso? Em primeiro lugar porque pouco me inteirei sobre o assunto, na época tão distante para mim. Segundo porque as premissas que me levaram a julgar como fracasso sua gestão, têm a ver com aquelas comuns aos governos: resultado econômico, imagem no exterior e índices de popularidade. Independente da validade desses índices, vale refletir sobre a origem dos mesmos.

Creio que estamos num momento histórico, uma ‘janela de oportunidades’, como tanto está se falando, com quebras profundas de paradigmas, mas continuamos a usar os modelos antigos para julgar e avaliar. Ou seja, muitas vezes o fato da pessoa não estar na mídia, não brilhar nos eventos ou ganhar prêmios e talvez como conseqüência disso, não ser ou deixar de ser considerada ‘elite’, nos leve a julgá-la como fracassada, mesmo que esse ‘fracasso’ seja oriundo da ousadia de sair do status quo vigente.

Por outro lado, estas pessoas estão sendo cada vez mais. Estão criando uma própria identidade, sem grandes revoluções contra o status quo, sem guerra. Mas simplesmente pela opção pacífica de querer viver o mundo de forma diferente. Crer e fazer um mundo mais humano. Onde o fracasso faz parte e é acolhido como etapa do crescimento.

Lembro de jantar que meu marido decidiu oferecer ao seu filho caçula em dezembro, após ter a confirmação de não ter passado em nenhum vestibular que postulou. Fomos a um restaurante especial para ‘comemorar’ o seu primeiro fracasso, que como ele mesmo disse no brinde, provavelmente o primeiro de muitos ao longo da vida. E esse voto, por mais estranho que soe, referia-se ao fracasso oriundo da ousadia, do aprendizado que leva ao crescimento. Também fizemos a reflexão sobre o que gerou o fracasso no vestibular para evitá-lo no futuro.

Hoje, cada vez que alguém conhecido ganha um prêmio, óbvio que parabenizo, é sempre maravilhoso ser premiado e mais ainda por uma entidade renomada. Mas lembro também de parabenizar meus amigos que não ganham prêmio nenhum, mas que estão obtendo suas vitórias, out of the scene (post 27/03/09).

Para todos nós que estamos tentando fazer um mundo diferente lembro do texto criado há muitos anos pelo meu amigo José Oliva, Pessoas são Música na qual ele disse no final: “pessoas têm que fazer sucesso. Mesmo que não estejam nas paradas, mesmo que não toquem no rádio.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Saudades do Rolim

Ontem recebi da TAM o email ao lado que traz o título de "Nossa maior satisfação é ter você voando com a gente" e no seu conteúdo me comunica que sofri um downgrade no programa de fidelidade deles. Segundo o texto não atingi as 48 mil milhas necessárias no ano de 2009 para manter a categoria vermelha. Considero essa regra justa e correta. De fato dividi com outras companhias os meus vôos, muito em função de melhores ofertas e fastio com algumas dificuldades impostas pela TAM com por exemplo exigir ir à loja na troca de vôo e o seu site que costuma travar, dar problema. Na correria do dia-a-dia um atendimento eletrônico ágil para mim faz toda a diferença.


Mesmo chateada com a companhia, como disse, considero justa a resolução dela. O que considero lamentável é a forma de realizar isso e o comportamento e a atitude que entrevejo estarem por trás dela. O ano passado o Smile me enviou alguns emails me animando a acumular mais pontos na companhia para conseguir upgrade. Seus emails surtiram o efeito desejado e comecei a optar mais por voar com a Gol. 


A TAM em contrapartida não me enviou nenhum email 'lembrando' da data limite para acúmulo de milhas. Não mostrou nenhum interesse em me manter como cliente 'vermelha' que na linguagem deles, significa 'especial'. Soube que fui rebaixada quando tentei entrar numa sala VIP e meu acesso foi negado. Logo quando abri minha caixa postal estava lá o email datado em 01 de abril para me avisar que 'a partir de abril' estaria sendo rebaixada.


Legal, né? Qual vocês acham que foi a atitude que rege essa forma de agir?


Soa até cômico o final do email com a frase "você é muito importante para nós, e nosso desejo é continuar fazendo parte de sua vida" com a assinatura do Libano Barroso, atual presidente da companhia. Nada mais inconsistente.


Pena que o etos do Comandante Rolim esteja tão, mas tão longe da empresa que ele fundou.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

O Lula que o povo não quis


Tenho sido explícita sobre minha posição em relação ao governo Lula: contrária. Creio importante explicar que, seguindo obviamente minha escala de valores, mesmo reconhecendo seus acertos, sua inteligência em gerar benefícios para a imagem do Brasil no exterior e principalmente, em dar continuidade, com muita competência, à distribuição de renda iniciada antes de seu Governo. O Brasil economicamente está melhor.

Minhas restrições referem-se à forma e meios com que o atual Governo consegue as coisas. Maslow já dizia que o homem precisa saciar suas necessidades básicas - fome, abrigo – para começar a se mover a interesses mais elevados como honestidade, honra, respeito. Porém, a distribuição de renda e o trabalho social do Governo, não deveriam ser pretexto para passar por cima dos valores que elevam a alma humana, aqueles que nós torna maiores de que simples seres vivos na busca da sobrevivência.

Quando damos de graça, sem nada em troca, de certa forma estamos comprando essa pessoa. E acredito que quando você compra o homem, você tira sua dignidade. Promover o desenvolvimento permitindo as pessoas terem acesso a reais oportunidades de crescimento, via livre arbítrio, para mim, é ajudar de fato a que esse homem, sinta orgulho de si mesmo e, mediante seu esforço, possa melhorar de vida. Creio que é com esforço, com trabalho que o homem vai ganhando autoconfiança e orgulho de si próprio. Vai se superando. Óbvio que deve haver justiça que para que todos os esforçados possam se superar e crescer. Os Governos, as empresas, as pessoas -  sim, nós, e não somente os outros - deveríamos lutar para que as pessoas tenham reais possibilidades de desenvolvimento. Através da meritocracia, que é como fui ensinada e acredito, o mundo espiritual opera. Sem punição, mas com merecimento.

Quando temos algo a mais do que os outros, acredito que temos mais obrigações com o mundo, com o outro. É essa responsabilidade que deveria nos levar a tentar ser bom exemplo para que a próxima geração seja melhor do que a nossa. É o que acontece com os pais, ou, em minha opinião, deveria acontecer. Aqueles que considero bons pais, se tornaram melhores seres humanos por e para seus filhos. Os defeitos não são escancarados nem permissivos, mesmo existentes, são ocultos e evitados. Durante muitos anos considerei isso hipocrisia; hoje, entendo que muitas vezes isso se faz menos por enganar e mais por vergonha de não tê-los superados, por respeito aos filhos e pela esperança que estes sejam melhores.

Quando se assume um Governo, a responsabilidade é infimamente maior. Qual é o modelo a ser seguido? Como ser humano, quais os valores que o Lula e seu Governo estão deixando como legado? Rollo May dizia que o mito é necessário. E acredito que quando ele é elevado, enobrece a alma, nos levanta, amplia nossa visão, muitas vezes, míope da existência humana para um significado maior. Faz a humanidade avançar.

Atualmente, nessa seara, o legado do Lula tem sido um povo que acredita que está acima da lei, lei que deve ficar claro, é acordada por todos. O método pode ser discutido, mas é via o processo democrático que a lei é estabelecida. Portanto, é um povo que está acima dos acordos feitos. Da palavra dada. Um povo que quer grátis as coisas, ou seja, pode pensar no mínimo esforço para crescer. E com maior poder de consumo, para onde pode ir um povo que não tem um significado maior de existência, do que simplesmente o Ter? Uma casa cheia de bens de consumo. Pessoas comprando desnecessariamente, atordoadamente, acreditando que isso é melhorar de vida. Pessoas postulando para cargos públicos na busca de um salário fixo, estabilidade de emprego e sonho de trabalhar cada vez menos.

Quando foi anunciado o filme do Lula, fiquei indignada por muito motivos, desde o patrocínio, conhecendo por amigos cineastas a dificuldade que isso é e que nesse caso não foi; até pela ótica dada ao personagem, que como disse Boechat na BandNews, Hollywood já faz isso há muito tempo. Meu maior receio, no fundo, era que o povo brasileiro mitifique um homem com esses valores. Acompanhei o sucesso estrondoso do filme Dois Filhos de Francisco e imaginei, ainda com ajuda da máquina governista, que seria maior. Planos o Governo fez, até colocar telões em cidades que não tem cinema foi planejado. Mas o povo não quis o Lula. Simplesmente assim. Provavelmente irão votar na sua candidata, pão e circo de graça todo mundo quer, mas tê-lo como mito, na sua sábia ignorância, o povo preferiu Avatar ou a simplesmente a praia, à história de seu herói. A minha esperança continua.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

A Responsabilidade de ser vegetariana

Deixei de comer carne vermelha há uns sete anos. A porta de entrada desse novo comportamento foi a saúde. Vinha tendo preferência por produtos integrais e lentamente caminhando para os produtos orgânicos. Há uns dois ou três anos parei de comer qualquer tipo de carne. Neste caso a porta de entrada foi a consciência sistémica da vida e do 'sistema Terra' que fui adquirindo através de informações amplamente divulgadas e credenciadas, meus trabalhos espirituais e o desejo de assumir minha responsabilidade com o Todo. Como diz meu marido, 'de me importar'. 


Nestes dois anos de São Paulo vivenciei algo relacionado à alimentação vegetariana que gostaria de compartilhar. Como dona de casa responsável e preocupada pelos meus, sofri - e me estressei - para me adaptar à nova realidade da cidade. E não me refiro ao agito, correria ou coisas associadas comumente à São Paulo. Mas a coisas mais banais e de dona de casa mesmo: à qualidade das hortaliças e vegetais comparadas às do Sul, à mão de obra doméstica que no Sul provem de descendentes europeus - em muitos casos poloneses, alemães, ucranianos - que possuem como características a força física, a seriedade, a higiene e a ordem.


O resultado da adaptação, além de ter me tornado mais maleável, foi um problema de saúde oriundo da fraqueza pela má alimentação. Compreendi então a questão da alimentação vegetariana. Para ser vegetariana sem riscos à saúde, é necessário ter um comportamento Zen com a alimentação. 


Me explico: aprendi que ser Zen é estar por inteiro onde se está. Simples? Nem um pouco. Nossa mente normalmente não está onde estamos e costumamos automatizar tudo, inclusive nossa alimentação. Quando se come carne por conta da proteína animal, existem maiores reservas no organismo que ajudam a 'disfarçar' fraquezas e debilidades. Sem essas proteínas, o corpo consome basicamente o que lhe foi entregue. Não só médica mas foi o que entendi com minha experiência. Hoje 'penso' todo dia o que devo e quero comer. Avalio a minha alimentação durante a semana para equilibrar os nutrientes e 'ouço' muito mais as 'vontades' de meu corpo. As vezes é chato e cansativo porque limita e torna tudo menos ágil e rápido. Menos prático. É ter que parar para se organizar no meio da correria. 


Por isso tenho aconselhado às pessoas que se empolgam com a idéia do vegetarianismo para saberem que é uma forma de vida, se quiserem ter saúde. Eu não me arrependo e estou aprendendo a criar uma rotina alimentar saudável. Ganhei mais sensibilidade no paladar e percebo meu organismo responder prontamente a qualquer estímulo. Poder parar quarenta minutos para nutrir o meu corpo e e fazê-lo com consciência, tão difícil nos dias de hoje, tem valido a pena. E claro, os animais devem me agradecer.